Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud Crédito: Rafael Ribeiro/CBF
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (30) a Operação Caixa Preta, que investiga um suposto esquema de compra de votos durante as eleições municipais de 2024 em Roraima. Entre os alvos estão o presidente da CBF, Samir Xaud, a deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) e o empresário Renildo Lima, marido da parlamentar.
Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, incluindo a residência de Xaud e a sede da CBF, no Rio de Janeiro. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 10 milhões em contas dos envolvidos. A investigação teve origem na prisão de Renildo em setembro de 2024, quando ele foi flagrado com R$ 500 mil em espécie, parte escondida na cueca. Ele é sócio majoritário da empresa de transporte Asatur, avaliada em mais de R$ 11 milhões.
Apesar de seu atual cargo na CBF, Samir Xaud tem histórico na política local e é aliado do grupo liderado por Helena da Asatur. Médico de formação e filho do dirigente esportivo Zeca Xaud, ele assumiu a presidência da CBF em maio de 2025, aos 41 anos, sendo o mais jovem a ocupar o cargo. Já Helena, eleita deputada federal em 2022, é também empresária do ramo de transportes, com patrimônio declarado de R$ 10 milhões e atuação destacada nas rotas entre Boa Vista e Manaus.
Em nota oficial, a CBF confirmou a presença da PF em sua sede nas primeiras horas da manhã, mas afirmou que “a operação não tem qualquer relação com a CBF ou com o futebol brasileiro” e que Samir Xaud não é o foco central das apurações. A entidade também informou que nenhum material foi apreendido e que o presidente “permanece tranquilo e à disposição das autoridades”.
Até o momento, os três investigados não se pronunciaram publicamente. A Operação Caixa Preta segue em andamento e pode desdobrar-se em novas frentes de investigação, especialmente pela ligação entre recursos financeiros e estruturas empresariais utilizadas no suposto esquema de compra de votos. fonte: Correio 24h